Formação Profissional para o Mercado de Trabalho em Angola

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  • 02.05.2012

    ONG aposta na formação profissional para dinamizar o mercado de trabalho

    A meta é realizar uma conferência internacional para a troca de informações entre países com destaque aos de expressão portuguesa, nos quais está Angola

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    ONG aposta na formação profissional para dinamizar o mercado de trabalho

    Francisco Inácio

    A Giz FormPro está aposta­da na formação profissional de quadros angolanos para o sector da construção civil.

    A informação foi prestada pela directora do Programa de Formação Profissional para o Mercado de Trabalho (FORM­PRO), Edda Grunwald.

    Em entrevista ao JE, a res­ponsável da GIZ FormPro, uma organização não-governa­mental que resulta de uma par­ceria entre os governos da Ale­manha e de Angola, disse que a iniciativa se justifica pelo facto de Angola encontrar-se numa fase de construção e reconstru­ção das suas infra-estruturas a nível nacional, o que implica a necessidade de contar com profissionais qualificados.

    Para efeito, a FormPro em parceria com o Instituto Na­cional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) tem es­tado a organizar conferências nas quais são convidados as instituições do Estado, centros de formação profissional, es­pecialistas alemãs e angolanos com o objectivo de debater as estratégias de fomento à for­mação profissional com vista a garantir técnicos qualificados para o mercado de trabalho.

    “O objectivo deste progra­ma é melhorar a relevância e qualidade da formação profis­sional praticada em Angola”, referiu Edda Grunwald, para acrescentar que, “através deste método, é possível fazer uma ponte entre as empresas e o sec­tor de formação profissional, oferecendo várias vantagens, como o baixo custo de imple­mentação e a curta duração em termos de concepção dos currí­culos e a sua execução”.

    Neste momento, ambas as instituições trabalham no sen­tido de implementar o método DACUM (sigla inglesa develop a curriculum), para fazer face aos desafios actuais a nível da formação profissional. Para isso, dizem os especialistas, é necessário cada vez mais recor­rer à inovação, através da im­plementação de novos métodos e técnicas, internacionalmente, reconhecidas para a melhoria da qualidade no sector de for­mação técnico-profissional.

    O método Dacum implica “desenvolver um currículo” e visa essencialmente o desen­volvimento de capacidades com base nas necessidades do mercado de trabalho.

    O método Dacum foi desen­volvido nos EUA e no Cana­dá, na década de 60, e desde já tem sido muito usado por governos, instituições de edu­cação e de formação profis­sional e empresas de diversos países, destinando-se à aná­lise ocupacional baseada em competências profissionais para identificar as necessida­des do mercado de trabalho e do trabalhador (ou vice-ver­sa), elaboração de currículos, certificação de competências, elaboração de cursos e plane­amento de carreira.

    Parceria com Inefop

    De acordo com Adão Mateus Tavira, director-adjunto do Inefop, o método Dacum é muito usado para a actuali­zação dos perfis profissionais curriculares de modo que es­tes correspondam às exigên­cias do mercado de trabalho.

    “O Estado não tem capaci­dade para empregar todos, mas pode apoiar aquelas pes­soas que têm potencial para gerar o seu próprio negócio e criar empregos. Por isso, o Inefop, através dos centros de empreededorismo e incuba­doras de empresa, tem vindo a oferecer a formação de que estas precisam”, disse.

    É preocupação do Execu­tivo angolano ir criando as condições para fomentar o emprego no mercado de tra­balho. Neste momento, estão a ser criados mecanismos e equipas especializadas para fomentar os cursos sobre em­preededorismo.

    A iniciativa da FormPro cria um link entre as em­presas e as instituições de formação profissional. A im­plementação do método Da­cum vai oferecer resultados positivos, porquanto a sua utilização noutros países foi bem-sucedido, nomeada­mente nos Estados Unidos, França, Espanha, etc.

    Este método tem a vanta­gem de permitir uma rápida revisão ao processo da sua utilização e a sua criação em pouco tempo. Portanto, per­mite que, a qualquer momen­to, seja possível fazer os devi­dos ajustamentos.

    O sucesso de toda a activi­dade de formação profissio­nal passa necessariamente pela qualidade do pessoal que dá essa formação. Para Adão Tavira, a conferência organizada em Março últi­mo pela FormPro é um passo nessa direcção. “Solicitamos aos nossos parceiros da Ale­manha que nos auxiliem em termos de metodologia para desenvolver no país as regras mais adequadas para o suces­so da formação profissional”, afirmou.

    Desenvolvimento do sector

    O Mapess superintende o Instituto Nacional de Em­prego e Formação Profis­sional (INEFOP), como en­tidade executora. O Inefop mantém estruturas descen­tralizadas em todas as pro­víncias do país, num total de 450 centros de formação téc­nico-profissional (incluindo entidades privadas), entre eles: 29 centros de formação profissional, 13 centros inte­grados de emprego e forma­ção profissional, 35 centros móveis de formação, 59 pa­vilhões de artes e ofícios e 280 centros de formação de operadores privados (cifras segundo o Business Report of Angola, 2010).

    Os centros de formação profissional disponibilizam aos jovens e adultos, empre­gados e desempregados, for­mação e qualificação, visando facilitar a sua integração na vida activa e melhorar as suas condições para a manutenção do emprego.

    Os centros integrados de emprego e formação profis­sional reforçam especialmen­te a estreita ligação entre a formação profissional e a co­locação no emprego e contri­buem para os esforços do Go­verno no sentido de agilizar o mercado de trabalho.

    O sistema de formação téc­nico-profissional visa, ainda, reforçar tanto a preparação pedagógica dos formadores e docentes, como o desenvol­vimento de competências dos gestores das estruturas de for­mação e emprego, através do Centro Nacional de Formação de Formadores (CENFFOR).

    Partner BMZ GIZ MAPESS
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